Sertânia vê o sol no seu terreiro
O cacto que a enfeita ser-lhe-á
Promessa de um porvir alvissareiro
Embora vá-se tudo ao Deus dará
Calamidade em solo brasileiro
Sertânia emerge desse mar de pó
Para a ressurreição do Moxotó
Quanto é bela Sertânia no deserto
Que o sol – punhal adamantino – criva
Desperta para a glória que vem perto
Miraculosamente rediviva
Como o vaqueiro na caatinga hirsuta
Sertânia vive lances de odisséia
Resiste a combustão, não foge à luta
Seus rasgos têm fulgores de epopéia
A terra – potencial em força bruta
Por singular aberração da idéia
Vê raramente o Moxotó passar
E além com o São Francisco se abraçar.
Letra por Waldemar de Sousa Cordeiro
Melodia por Maestro Nelson Ferreira